quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Lília Diniz ganha o coração do Brasil

Espaço aberto para e poetiza Lília Diniz que com o seu jeito quieto, e inquieto, aos poucos vai mostrando para o Brasil o doce mel da sua poesia.

Ela não disse, nem fez questão de dizer, mas recentemente seu nome e poesia foram citados numa das edições da Revista Trip, de circulação nacional.
O Correio Braziliense, o melhor diário da Capital Federal, também já fez menção ao seu trabalho



Sobre Lília o jornalista Luiz Alberto Machado (http://www.sobresites.com.br/poesia/poeta/liliadiniz.htm¬), escreveu:

Lília Diniz é maranhense, tem 37 anos, faz teatro há 11 anos e escreve poesias desde 1997.

Natural do Maranhão, Lilia Diniz costuma dizer que foi alfabetizada (tanto nas letras como no meio artístico) pela literatura de cordel.

Quando criança, participou de dramatizações na igreja e na escola.

Estava sempre escrevendo “dramas” e encenando.

Nas andanças pelo mundo, fez teatro de rua em Serra de Martins/RN, participou de muitas cantorias com repentistas da Paraíba, do Ceará e do Rio Grande do Norte.

Voltou ao Maranhão, onde pode ter contato com grupos folclóricos de bumba-meu-boi, cacuriá, lindô e mangaba dentre outros.
Começou a escrever em 1994 e, não tendo ainda o conhecimento da linguagem poética, buscou essa referência no trabalho de Cora Coralina, e Patativa do Assaré. E como poeta, recentemente ela lançou dois livros.

O primeiro deles, Miolo de pote da cacimba de beber, livro lindíssimo e maravilhoso, coisa que só o leitor ao pegar o volume vai poder constatar.


Abaixo um pouco de Lília

O Milagre

Perceber
o milagre oculto nas línguas
e sorver o gosto proibido
disfarçado de fruta
e aguardente

Provar
o desejo que brota dos olhos
reverbera no corpo
na dança das línguas famintas

Esperar
solvendo a seiva dos dias
degustando o gosto
fundido a saliva


Quererubinas

Essa gente do cerrado
que tem cheiro
jatobá, pequi, ingá
...
traz a vocação
de arar sonhos
e colher liberdade.

Ao amanhecer
elas trazem o por do sol
nos olhos, na pele.

Adentram as trilhas
dos dias pesados
Tecem
costuram
pintam
fuxicam
...
Disfarçadas de flores
declaram guerra
ao medo.

Xxxx

Quando teus beicim
apitombado
apareceram
nas linhas tortas do meu olhar
desandei léguas
cerrado dentro de mim

Era ver cobra
rastejando pelo gosto
dessa raspinha acre-doce
que juro ter o teu beijar.

Eu colibri baleado
pelo desejo de provar
a carnadura
da tua bocaliandra
e o cheiro jabuticaba
dos teus cabelos sarará

Pele de jatobá marronzim
cantiguinha de beija-flor
sucupira floridinha
ninho de fogo pagô

Mutambinha cheirosa
araçá bem madurim
araticum, cagaita
ingá, meu ingá meu docim

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