sábado, 2 de abril de 2022

O PODEROSO SEXTO SENTIDO

 



Não sou por mim.

Não sou de mim, viajante dos mundos

Invisíveis.

Mundos ancestrais.

Sou Água,

Sou Ar,

Sou Fogo,

Sou Terra e

quintessência,

Também.

 Há mais coisas entre o céu e a terra do que pode imaginar nossa vã filosofia, tal frase atribuída ao maior dramaturgo e escritor de todos os tempos, William Shakespeare, no contexto da sua época significaria que haveria mais coisas no mundo do que se conseguiria explicar ou racionalizar.

 A frase dos idos dos anos 1600 se imortalizou, mas a sua intepretação permanece praticamente a mesma. Geralmente ela é   invocada sempre que nos deparamos com algo inexplicável ou de difícil explicação. Como por exemplo, o sexto sentido, privilégio de poucos, a quem por “possuí-lo ou exercitá-lo, é atribuído poderes sobrenaturais.

O surpreendente Sexto Sentido, filme de 1999 estrelado por Bruce Willis, tratou de fortalecer mais ainda essa crença:  a desse dom como algo que eleva o homem a condição de meta-humano, ou seja, alguém com superpoderes.  Na película um garotinho consegue se comunicar, naturalmente, com pessoas mortas. Todos devem lembrar da antológica cena em que todo encolhido e assustado o garotinho, interpretado por Haley Joel Osment , balbucia:   I see dead people  (eu vejo pessoas mortas).

Mais o nosso sexto sentido não estaria ligado apenas ao se comunicar com pessoas mortas, como o mostra o filme do diretor M. Night Shyamalan. Há uma infinidade de outras ocorrências nascidas do humano assinada por essa, diria, aptidão.  Maioria delas ligada à premonição.  A mídia gosta muito de divulgar esses casos principalmente quando aparecem aqueles que desistiram, de última hora, de uma viagem e o transporte termina sendo sinistrado.  A coisa vai além disso.

Quem se interessa pelo assunto com frequência se depara com a pergunta se o sexto sentido existe ou não. Na minha existência consciente já vi, e vivenciei situações que acabaram com as dúvidas sobre a existência desse dom, mas essa minha apreensão deriva do senso comum.

 E a ciência, o que diz sobre isso?  Como faço sempre que escolho o tema sobre o que pretendo escrever aqui neste espaço, fui atrás.

Sabia que há anos a ciência se debruça sobre o estudo do sexto sentido? Pois é, descobri que há estudos até sobre o uso militar dele.  Já tem algum tempo que Exército Americano desenvolve pesquisas com o objetivo de desenvolver o sexto sentido nos seus soldados. A lógica seria capacitá-los com técnicas para o campo de batalha para prever, e assim evitar situações que redundem em tragédias.

E o como a ciência que já confirmou a existência desse sexto sentido o define?  Encontrei uma fala do neurologista Martin Portner. Segundo ele, esse ‘feeling’ seria a sexta maneira de ‘sentir algo’ – as outras cinco são visão, audição, olfato, tato e paladar. “Na verdade, é a integração de todos os cinco - os estados internos do organismo e a mente racional - todos voltados para nos dar uma informação preciosa", explica.

O cientista diz ainda que o   sexto sentido de uma forma simples: é uma capacidade do cérebro que envolve o cruzamento de informações dos dois hemisférios - o esquerdo, que é racional, e o direito, emocional.

Bem, embora não seja uma explicação, assim de cara, compreensível, até aqui é possível dizer que o sexto sentido existe, que não é nada de sobrenatural, que é objeto de pesquisas e que pode ser desenvolvido; assunto para uma próxima crônica.

O engraçado nisso tudo é que, o que a ciência tenta explicar e aprender a desenvolver, as mulheres flagrantemente têm de sobra.  Elas não precisam de nenhum esforço para por em prática esse fantástico dom chamado sexto sentido.

Até prova em contrário, o homem é o ser vivo mais complexo e poderoso do universo. Uma máquina pluridimensional, ainda, a anos de luz de vir a ser desvendada.

 Como humanos estamos na “alfabetização”.  Ainda temos muito o que aprender.


segunda-feira, 28 de março de 2022

FÉ E SOCIEDADE

 

A crença e a busca pela sintonia com o eterno são necessidades intrínsecas não só no ser cristão, mas também daqueles que professam uma fé, seja no que for. O que faz com que nos comportemos   como humanos de verdade não é a nossa morfologia, mas o conjunto das nossas crenças, e a certeza de que não viemos do nada.

Sem a crença no eterno, nós nos resumimos a um simples ser vivo travestido de humano. Uma vez na condição de humanos eis um grande desafio: harmonizar-nos, no sentido amplo, com o ambiente em que vivemos e, assim, melhorar a relação com o outro no exercício do conviver social.

A fé concebida pelo nosso conjunto de crenças se constitui num componente importante para o processo de harmonização da sociedade.  Se sem fé é impossível agradar a Deus, ainda sem ela é impossível a construção de uma sociedade melhor. Uma sociedade, diria justa. Nesse aspecto, podemos afirmar que a fé é um elemento indutor do mover humano, tanto no aspecto positivo, quanto negativo. 

Hitler em nome da “crença” numa raça pura exterminou milhões de Judeus; milhões de negros foram escravizados sob o manto da “crença” de que não eram gente, não tinham alma, eram coisas; e hoje o estado islâmico, diante de uma fé cega e interpretação deturpada do Corão, comete todo tido de atrocidades. Na contraposição Jesus Cristo, Gandhi, Martin Luther king, são alguns exemplos de disseminadores daquela fé que “move montanhas”, que cura as feridas mais profundas, ressuscita mortos e que transforma a sociedade.  Seus ideais permanecem, se eternizaram.

A fé, a boa, pode ser aprendida, desenvolvida e seus resultados apreendidos pelo tecido social. O que seria das sociedades sem esse tipo de fé?  Resumir-nos-íamos a meros zumbis a vagar sobre a terra, sem rumo, indiferentes ao ambiente e às outras pessoas.

O acreditar é da natureza humana e isso precisa ser cultivado. Nesse pensar torna-se importante a crença no aspecto de que o homem pode evoluir.

É crível que o Planeta possa ser ocupado por homens de muita fé e capazes de   coisas prodigiosas; entre elas {a principal} a de construir uma sociedade, justa fraterna e igualitária. A crença nesses ideais não pode, jamais, ser perdida de vista sob pena da sociedade se inclinar na direção de um processo contínuo de involução que nos levaria a uma condição de barbárie. 

Portanto, existe a fé que destrói e a fé que constrói.  E, é essa boa fé, a que constrói, que precisa ser disseminada em todos os quadrantes da Terra por nós que ainda acreditamos que tudo é possível àquele que crer.

domingo, 20 de março de 2022

Em defesa das bruxas

 


 Nossa crônica deste sábado tem relação com a da semana passada, quando fizemos uma abordagem sobre o uso dos nossos cinco sentidos conhecidos- Visão, audição, paladar, olfato e tato- É que há quem diga que existiria um sexto sentido, e que este seria o verdadeiro segredo do poder dos bruxos e bruxas que estão espalhados pelos cantos do mundo.  

E elas, e também eles, existiram, ou ainda existem?  

Existem sim!

Embora haja alguns raros bruxos, a dominância é das bruxas e bruxinhas. Elas estão bem pertinho de nós, e nem as percebemos. Conheço vários desses seres, e ao contrário do que se imagina, não pertencem ao mundo das trevas. São, na verdade, cheios de luz e só espalham o bem. O problema é que ao longo da (e) história espalharam várias fake News, e os queridos bruxos e bruxas tiveram a imagem arranhada.

A campanha difamatória contra as bruxas criou no inconsciente coletivo uma falácia: elas pertenceriam ao lado clandestino da força e surgiram só para fazer maldades.

No início desta semana, ao conversar com uma bruxinha, a quem devoto respeito e admiração, surgiu a ideia de uma investigação para apurar quem iniciou essa campanha de calunia, injúria e difamação contra as bruxas.

Se vivos, poderíamos enquadrar de início os irmãos Grimm. Por motivos que ainda não consegui identificar, foram eles, nos idos de 1817, que construíram, ou melhor, compilaram um tradicional conto de fadas da oralidade alemã da época, e publicaram como Branca de Neve.

No conto dos Grimm aparece a rainha Grinhilde que, travestida de bruxa, com ciúme e inveja da bela Branca de Neve tenta acabar com ela.  Com todo respeito aos confrades alemães, mas Grinhilde, numa interpretação livre, não era uma bruxa, mas se fez passar por uma. Falseou a verdade, fingindo ser o que não era, e conseguiu enganar Branca de Neve induzindo-a a comer uma maça envenenada com o dolo, ou seja, a intenção de matá-la

O genial Walt Disney tratou de queimar mais ainda o filme das bruxas ao levar para os cinemas a animação Branca de Neve e os Sete Anões, em janeiro de 1937. No filme, a Rainha má, a falsa bruxa, parece ainda mais malvada.  Disney, assim como irmãos Grimm, também leva a culpa pela imagem ruim das bruxas.

Um pouco antes de Branca de Neve os Grimn, já tinham se apropriado de uma outra fábula, o príncipe e o sapo. Nesse conto um príncipe é transformado em um sapo muito feio por uma suposta bruxa má. Li várias vezes o conto e não encontrei provas de que a tal bruxa de fato era uma bruxa. A magia bem poderia ter sido feita por um dos demônios que vagam pela Terra, mas quem até hoje leva a culpa é a suposta bruxa.

O nosso Monteiro Lobato também tem um pouco de culpa pela má fama das bruxas. No livro O Saci, de 1921, ele começou a popularizar a Cuca, “uma horrenda bruxa” que vivia numa caverna na floresta e dormia uma noite a cada sete anos.  A Cuca ficou famosa na série de TV inspirada da obra de Lobato, o Sítio do Picapau Amarelo.

Ocorre que ao analisar o texto do pai da Narizinho, Pedrinho, da Boneca Emília, Tia Anastácia e dona Benta, chega-se à seguinte conclusão: as ações da Cuca nunca foram de uma verdadeira bruxa, sendo suas atitudes mais próximas da de um demônio.

Tadinhas das bruxas!  Não se insurgiram contra essa campanha histórica de difamação, e hoje padecem por conta disso.

A campanha difamatória contra as Bruxas não para por aí. No universo dos quadrinhos surgiram a Madame Min, a Maga Patológica, aquela que a todo custo tenta roubar a moeda da sorte do avarento Tio Patinhas. E ainda têm as estilosas, Feiticeira Escarlate, Circe, famosa por ser a inimiga da mulher maravilha, Nimue, Zatanna, Baba Yaga, Madame Xanadu e Hecate, considerada a deusa das bruxas.  Personagens que, na essência, são boazinhas, mas que foram satanizadas pelas mentiras e meias verdades espalhadas pelos quadrinhos e pelo cinema.  

Escrever carrega algo de sobrenatural. A ideia inicial do tema de hoje era falar sobre o enigmático, poderoso, e suposto sexto sentido, mas acabei sendo desviado (será se foi algum tipo de magia?) para esta defesa das bruxas.

Na dúvida, se esse desvio foi obra de alguma magia, hoje mesmo vou procurar a bruxinha com quem conversei no começo da semana. Quero saber se ela tem alguma coisa com isso. Será?

Bem, como ela não se esconde, e não tem medo de ser queimada na fogueira pelo exercício de seus múltiplos poderes, vou aproveitar e revelar a identidade dela. É melhor assim!

Minha amiga é a prova viva de que as bruxas não são malvadas, e que tudo o que foi dito até hoje contra elas é fake News, intriga da oposição.

A bruxinha de quem eu falo chama-se Drija. Tem sangue medieval europeu, e mora já um tempão em Imperatriz. Suas “poções mágicas” já ajudaram a salvar milhares de vidas. É elegante. Tem um riso e uma presença muito fortes. Quem chega perto dela, logo se encanta. Mas tem algo que quando ela manipula a torna gigante, tipo do tamanho do mundo. A Bruxa Drija seleciona as letras, põe num caldeirão de sensibilidade, e deixa elas ali, numa espécie de “banho maria”, enquanto ao piano entoa canções mágicas. Não demora muito a criatura surge diante da criadora:  uma pura e límpida poesia.

A bruxa Drija tem uma identidade secreta, que na verdade não é mais secreta pois vou revelar agora.

Gratidão Adriana Moulin Alencar Piccoli ! Foi sua magia, seu encanto que inspirou a crônica deste sábado. A do sexto sentido vai ficar para a semana que vem.

 

 

 

 

QUANDO DEIXEI DE ACREDITAR EM PAPAI NOEL

    ElsonMAraújo Neste dezembro de 2023, mais precisamente no próximo dia 25, completarão-se 49 anos desde que deixei de acreditar em Papa...