Muito procurado fazia com zelo alianças de ouro de casamento, e anéis de prata.
Do flandre confecionava lixeiras, lamparinas, bombas de querose, fogareiros e, aqueles aviõezinhos que amarrados a uma linha forte e rodados sobre o eixo do corpo da gente fazia tanto barulho que deixava enlouquecido quem estava por perto. A meninada gostava muito já os adultos, não.
O mestre Zuza era muito bom com as mãos. Rapidamente cortava a palha e confeccionava com agilidade um abano, cofo, esteira e o que a criatividade apontasse.
Nas horas vagas ainda tecia tarrafa pra ele pescar.
Orgulhava-se de ter aprendido a tecer tais utensílios com minha avó Inês Brito.
De tudo meu pai fazia um pouco mas sua paixão era mesmo a música. Aprendeu sozinho a tocar saxofone ainda quando criança e não parou mais. Notas musicais só veio a conhecer tecnicamente já homem feito.
Dizia que só deixaria de tocar quando Deus o levasse e assim o fez. Papai partiu deste plano num 17 de Abril, seis dias após completar 74 anos. Pouco antes de cair doente fez um esforço danado e deixou como herança dois CDs com músicas de sua autoria produzidos pelo mestre Hélio Amaral. Quando a saudade arrocha me ponho a ouvi-los e a lembrar da figura carismática que foi e sempre será o Mestre Zuza.
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