Foto ilustrativa- site deixa de frecura.
Era a sedução em pessoa. Não tinha culpa de ter
vindo ao mundo com uma beleza extrema, a ponto de arrebentar o juízo e
encher de fantasias a cabeça de qualquer cristão, fosse homem ou mulher.
Impossível cruzar com aquela criatura terrena e não
se deixar seduzir; fosse pelo olhar, de um negro profundo,
fosse pelo simples meneio de cabeça que valorizava ainda mais seu longo,
brilhante, bem cuidado e preto cabelo. A bela sabia como ninguém
usar a seu favor aqueles belos traços forjados pela genética.
Letícia era o belo encarnado, mas
por trás daquela beleza, e de uma suposta alegria, havia uma mulher
misteriosa e que gostava de matar.
A beleza de certa forma acabava por funcionar como
um disfarce. Ninguém imaginaria aquela linda criatura como uma
assassina contumaz.
Naturalmente bela, já com seus 26 anos
Letícia, com todos os atributos que natureza lhe deu distribuídos em 1,70
metros de altura não fazia muito esforço para seduzir e eliminar suas
vítimas. Todas do sexo masculino. Odiava os homens.
O sofrimento vivido na infância e na adolescência
lhe transformara, a seu modo, numa espécie de vingadora.
Acompanhava os programas de rádio e TV ; e
lia jornais para identificar casos envolvendo homens que estupravam e
espancavam mulheres e que por um ou outro motivo ficavam impunes. Assim,
dessa maneira, com o passar do tempo, começou a selecionar
suas vítimas.
Escolhida a vítima, começava a frequentar os
bares, botecos, puteiros, bancas de jogos de azar, a que ela
costumava ir. Já tinha feito aquilo inúmeras vezes. Para Letícia, era
muito fácil, seduzir e eliminar suas vitimas. Após cada crime era remetida ao
tempo de adolescente quando matou pela primeira vez. Corria ao banheiro
mais próximo, vomitava e logo em seguida caia em prantos para em seguida sair
como se nada tivesse acontecido.
Letícia não conheceu a mãe, que morreu no dia em
que nasceu. Foi criada pela madrasta Olinda. O pai, um irresponsável,
vivia à custa da mulher a quem tinha o hábito de espancar sempre que
chegava bêbado, ou seja, todos os dias. A menina assistia a tudo,
impotente, chorando e sem poder fazer nada.
Um dia, quando tinha 15 anos, a garota
tentou defender a mãe e levou a maior pisa da sua imberbe vida. A coitada
foi parar no hospital; mesmo assim, com medo, a mãe preferiu não
denunciar o machão para as autoridades.
Letícia acabou entrando para a rotina de
espancamento do pai. Era ele se embriagar para chegar em casa
arrebentando tudo e batendo em todo mundo.
Cansou daquela vida. Ou ela mesma tomava uma
providencia ou acabariam, ela e a mãe mortas. Saiu do hospital com um
propósito: Ia matar a desgraça do pai, e já sabia como.
Insinuando-se um pouquinho para o
velho, que há muito já vinha olhando pra ela de maneira
diferente, e que por duas vezes tentara abusar sexualmente
dela, este não resistiria. Perfeito para seu plano.
Só precisaria naquela segunda-feira, dia de folga do
trabalho da mãe, tira-la de casa. E assim fez: a convenceu
a visitar uma comadre que não via há meses e que morava num
município vizinho. Só voltaria no dia seguinte.
Letícia já sabia do horário que o pai
costumava chegar em casa. Ficou de calcinha e uma blusinha
transparente de alça deixando os jovens seios quase à mostra, e se
postou na frente da TV aguardando o “pudim de
cachaça” chegar. Aos 15 anos era uma mulher
formada de tamanho e corpo e naturalmente sedutora.
Foi o pai entrar em casa bater os olhos na
filha deitada languidamente no sofá para entrar em ação.
-Hoje, tu não me escapa, diaba dos infernos- E não
adianta gritar. Ninguém vai te escutar pra vir te socorrer. Não dessa vez
! Eu não plantei roça para outro colher. Essa
roça é minha- vociferou o elemento com a voz pastosa pelo
efeito do álcool
Letícia estava assustada e nervosa. Poderia
dá um jeito de fugir e deixar de lado seu plano, mas pensou no sofrimento
da mãe; naquela pisa que a levou a passar quatro dias no hospital e
o que poderia acontecer lá na frente se não tomasse uma providência.
Era ali, naquela circunstância, ou nunca. E
já sabia o que ia fazer.
Diferente das outras vezes, Letícia não correu, não
gritou. Procurou esquecer o medo, e o terror que lhe acometia e esperou o
próximo passo do safado. Naquele instante localizou mentalmente onde
havia escondido o instrumento que usaria para acabar com aquele, que embora
fosse seu pai, considerava um monstro.
Cambaleando, já sem camisa, com um bafo de
matar até o mais resistente dos insetos e com uma catinga de
quem não tomava banho havia uma semana, o pai partiu com voracidade
para cima da filha que ficou ali inerte enquanto era beijada, ou melhor
babada, no pescoço.
Por um instante diante do peso daquele homem sobre
seu corpo adolescente deu vontade de vomitar. Se controlou; engoliu um
amargo inicio de vômito, mas aguentou firme, faltava muito pouco
pra tudo aquilo acabar.
Ao sentir o pai tocar violentamente na sua
vagina, e com a outra mão apertar fortemente seus imberbes seios, Letícia
sentiu uma dor lancinante. Naquele instante começou a executar a
parte final do plano. Fingiu gostar de tudo aquilo.
- Eu sabia. Tu és tão cachorra quanto tua
madrasta. Hoje tu vai experimentar pela primeira vez um homem- gritava o bafo
de onça no ouvido da filha.
- Espera só um pouquinho tigrão vou te mostrar
que não sou mais uma garotinha- disse Letícia demonstrando que queria
ficar por cima do pai que, confiante permitiu rapidamente.
- Preciso, ser rápida senão estarei perdida-
pensou a ninfa.
- Feche os olhos tigrão você não sabe o que
te espera- O pai obedeceu sem trastejar.
Ali, naquele momento, enquanto enojada
Letícia beijava o peito cabeludo e fedorento do pai, pegou o
prego de dez centímetros guardado debaixo de uma almofada e, ao mesmo tempo
em que levemente acariciava a orelha esquerda do homem, numa
rapidez inimaginável naquela circunstância, enfiou com
um único golpe o instrumento no ouvido direito dele e se
levantou rapidamente.
O homem também se levantou gritando –
- Maldita, desgraçada, vagabunda! O que
você fez comigo?
Cambaleando com mão tentando arrancar o prego o
homem tentou partir pra cima de Letícia que correu e se trancou no banheiro.
Daquele aposento quente e abafado ouviu
por alguns instantes, gritos, palavrões e objetos caindo até tudo
silenciar por completo. Pôs as mãos nos ouvidos, sentou num canto do
banheiro, abraçou os joelhos e como um filme reviveu os incontáveis
momentos em que junto com a mãe foi espancada e humilhada por aquele homem que
dizia ser seu pai. Letícia chorou. Já passava das três horas
da madrugada.
Abriu cuidadosamente a porta do banheiro e se
deparou com aquela criatura caída, já sem vida no meio da sala. Naquele
instante começou a vomitar. Pôs pra fora tudo que tinha comido
naquele dia.
A atilada menina sabia que não adiantaria inventar
nada para escapar daquela situação. Ficou ali a aguardar o dia amanhecer.
Tinha consciência de que se livrou de um problema, mas
arranjara outro. Pelo menos tinha deixado a mãe de fora. Ia assumir tudo
sozinha. Nenhuma das duas ia mais apanhar.
Letícia passou três anos internada, por
determinação da Justiça, numa instituição para menores de onde saiu mais do que
revoltada. O que o pai não conseguiu naquela noite sinistra, o diretor da
instituição conseguiu. A garota perdeu a virgindade um mês depois da internação
da maneira mais perversa possível.
O diretor quis dividir a responsabilidade
daquele estupro com os outros cinco companheiros que naquele dia,
à noite, estavam de plantão. Se contasse para alguém seria
morta, foi advertida diversas vezes por seus algozes.
Letícia passou o período de internação
planejando a vingança contra cada um de seus violadores.
O primeiro passo foi fingir-se,
apesar do intenso sofrimento, indiferente ao que tinha lhe acontecido ali
naquele centro de internação para menores infratores e ainda fingir, bom humor,
alegria.
-
Todos eles vão me pagar, e caro. Jurou a menina que já sabia como.
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