Baseado em fatos reais
O
cara era a superstição em pessoa. Só levantava e saia de casa se fosse com o pé
direito. Passar por debaixo de escada, só se fosse amarrado.
Numa
determinada sexta-feira, bem cedo, ao se dirigir até a padaria cruzou com um
gato preto. O dia acabou bem ali. Voltou para casa, se enrolou no lençol,
trancou a porta do quarto e só saiu na manhã seguinte.
O
mecânico Pedro Retentor era a superstição em pessoa. Para se "defender,
além de só sair de casa com o pé direito, gastava antes, uns 30 minutos fazendo
rituais de proteção. Só depois ia para o trabalho.
Naquele
dia, Retentor trabalharia numa dessas caminhonetes robustas de fazenda. O carro
não pegava de jeito nenhum e o dono estava agoniado. Queria voltar logo para a roça.
O
veículo, ainda como resultado da viagem anterior, estava coberto por lama. Além disso, havia galhos de mato na
carroceria e enganchados nos pneus, sujos de bosta de vaca. O para-brisas
também estava muito sujo. O lavador ia
ter muito trabalho para limpá-lo.
Como
é comum nesses casos, o dono do carro deu uma pista para Pedro sobre o possível
problema. Ato contínuo ele abriu logo o capô. O susto foi grande demais. Saltou
uns três metros para trás, tropeçou, caiu e já se levantou já com um baita de
um facão na mão.
Uma
cascavel estava acomodada no motor da caminhonete e ao se sentir incomodada deu
o bote que quase atingiu Pedro Retentor na região do pescoço.
O
mecânico partiu para cima da peçonhenta com o facão, mas foi impedido de matá-la
por um estudante que chamou o povo do meio ambiente. O animal foi então,
capturado e solto depois numa área de preservação ambiental perto dali.
O
coitado do Pedro Retentor ficou encabulado demais.
-
Será que fiz algo errado? -
-
Qual o significado do ataque daquela cobra? Ficou o resto do dia pensativo.
De
repente o mecânico lembrou que no meio da semana tinha sonhado muito com o
número nove e nove era o número da cobra no jogo do bicho. Pronto, tinha
identificado a ocorrência.
Naquele
dia Pedro voltou para casa feliz, contente e satisfeito. Ganhou uma bolada no
famoso jogo ao apostar metade do que ganhava na cobra.
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