ElsonMAraújo
Souza
Lima é nome de rua em Imperatriz. A rua não é grande. Começa na beirada da
Floriano Peixoto, na Nova Imperatriz, e desemboca na Leôncio Pires Dourado, que
por sua vez, acaba no “beiço” da BR-010.
Num rápido voo mental panorâmico percebe-se que a rua não é tão grande,
como é a Ceará, mas a extensão é suficiente para imortalizar o nome desse
importante vulto da literatura maranhense, agora sem nenhuma dúvida histórica,
nascido em Imperatriz em 1889, mais precisamente no dia 15 de agosto. Ele
também aformoseia com seu nome, uma escola municipal, na Vilinha.
Quando
se fala em ausência de dúvida quanto ao local de nascimento de Manoel de Souza
Lima, é porque havia uma saudável discussão entre acadêmicos quanto ao local do
nascimento do escritor. Para uns, como o poeta Ribamar Silva, ele apenas morou
na cidade, mas sua terra natal era Grajaú. Para outros, como o romancista
Agostinho Noleto, o autor é um legítimo filho de Imperatriz.
Desse
debate, aparentemente simples, surgiu no seio da Academia Imperatrizense de
Letras um verdadeiro “especialista em Souza Lima”, o próprio Ribamar Silva, que
tomou como missão literária conhecer (pesquisar) toda a obra deixada pelo patrono da cadeira 01 da Academia
Imperatrizense de Letras (AIL), hoje
ocupada pelo jornalista Juscelino Pereira, mas sempre acreditando ter nascido o
escritor em Grajaú.
Dessa
vez, a curiosidade não matou o gato, mas fez vir a lume o fim da dúvida. No
final do ano passado Sérgio Saboia Lima, neto de Souza Lima, sabedor da
existência dessa dúvida, fez chegar às mãos do poeta Ribamar Silva um rascunho
esferográfico do próprio Souza Lima onde ele faz alguns apontamentos quanto à
data, e o local do seu nascimento, ocorrido realmente em Imperatriz (MA), a
data do seu casamento, em Boa Vista do Tocantins, Estado de Goiás, em 26 de
maio de 1917, e os nomes de todos seus filhos. Boa Vista é a hoje cidade de
Tocantinópolis (TO)
Com
o rascunho, recebido com efusividade pelo acadêmico pesquisador, findou-se a
celeuma acadêmica, mas não o interesse dele pelo patrono da Cadeira 01 da AIL.
Tanto, que na próxima quinta-feira na reabertura dos trabalhos da Academia
Imperatrizense de Letras, Ribamar Silva fará uma palestra/apresentação sobre a
vida e obra de Manoel de Souza Lima, o primeiro filho de Imperatriz a tonar-se
escritor e a escrever um livro.
Manoel
de Souza Lima, ainda muito moço, trocou Imperatriz por Boa Vista. Também
estudou em São Luís. Fez curso de prático em farmácia na capital, mas fez mesmo
carreira foi de professor, não deixando de lado, entretanto, seu lado de
escritor.
Mesmo
não tendo alcançado a fama dos grandes escritores nacionais, Souza Lima deixou
um vasto acervo literário com obras que, se fossem avaliadas por especialistas
em literatura brasileira, seriam
colocadas no panteão das grandes obras nacionais. Não seria nenhum abuso
chamá-lo de “O José de Alencar do Maranhão”. Quem leu Iracema, do autor
cearense, e depois mergulhar na leitura de O Tupinambá, publicado na década de
1930 pelo maranhense, é fatalmente
conduzido a fazer a essa comparação,.
No
início desta semana, ao conversar com o confrade Ribamar Silva, ele, todo
orgulhoso me disse que O Tupinambá é apenas uma das muitas obras deixadas por
Souza Lima, que inclusive como o apoio da Academia Imperatrizense de
Letras e possíveis patrocinadores,
pretende reeditá-las para que as novas gerações de escritores conheçam aquele
que foi um dos grandes nomes da literatura maranhense da sua época,
com o orgulho de ter nascido em Imperatriz.
“Meu
confrade, leia Sete Lagoas e depois a gente volta a conversar”. Sete Lagoas -
Igapó Se Ié, na avaliação de Ribamar Silva, é outra obra-prima do
imperatrizense Manoel de Souza Lima.
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