sábado, 24 de dezembro de 2016

"O Universo eu"


Creio na ilusão sincera que se porta diante do homem como  uma noiva  virgem despida  de qualquer pudor (Elson Araújo)


Como acessar o vasto mundo do desconhecido que é nosso interior, também chamado de eu?  Esforçamo-nos tanto para entender o lado de fora, e até para ler o pensamento dos outros que negligenciamos os “mundos que habitam” o nosso ser.

Passamos anos e anos a pesquisar, e a tentar entender a história da humanidade, a presença e extinção dos dinossauros, a explorar o espaço sideral e, até os oceanos,  que  deixamos de explorar as profundezas do nosso ser.  “Quanto mais nos conhecemos ,  tanto mais clareza existirá” ensina  o filosofo indiano  Jiddu Crishnamurti. Para ele  “enquanto eu não compreender a mim mesmo, em minhas relações convosco, sou eu a causa do caos, da miséria, da destruição do medo, da brutalidade”  explica o sábio ao falar sobre a importância do autoconhecimento.

Qual seria o caminho de acesso a esse  mundo interior que nos conduziria ao autoconhecimento? Sem dúvida habita ai, um grande quebra-cabeça.  A certeza que aparece é que esse mundo existe sendo ele o grande responsável pela manifestação do que representamos e apresentamos exteriormente. Somos, portanto, a exteriorização do pouco, inconscientemente acessado,  ou pode se dizer,  negligenciado mundo interior,  e às vezes nem sabemos disso.

Pra viajar ao espaço gastam-se milhões de dólares, infinitas horas de pesquisas, e a incerteza da volta; o mesmo esforço é para  implementar  as poderosas máquinas para explorar os mistérios das   profundezas dos mares.  E  o que é preciso,   e o que se gasta para  viajar pelas profundezas do ser ?    Pode ser dizer  que incialmente a consciência dessa necessidade.

Por que rimos?
Por que choramos?
Por que mentimos?
Por que ficamos zangados?
Porque enganamos ?
Por que mantamos nosso semelhantes?
O que nos faz maus, e o que nos faz  bons? 
O que nos faz pensar?
De onde viemos,  aonde vamos?   
A  existência humana acaba mesmo com a morte ?

O que acontece com a consciência,  e o que nela  fica  registrado quando o corpo não resiste mais ao peso  da alma?  Adormece,  ou consciente  fica inerte em algum lugar do universo observando o todo e  aguardando algum comando da força que a criou ?
Uma certeza aparece quando ocorrem essas “viagens” o encontro com o EU :  não  se volta pior.  No mínimo,  melhora-se   a relação conosco e com  o mundo exterior.

Diante de todas essas inquietações não há como não concluir que,  de fato somos uma poderosa, e complexa máquina formada por uma sequencia e encadeamento de células, moléculas,  átomos,  e engenhos químicos;  enfim, mundos   onde estão insertos os elementos que formam o universo  ao qual   estão abrigados, não os segredos,  mas os mistérios sobre a nossa  presença  aqui. 

A pergunta que se segue a tudo disso  é  como,   e de que forma,   ter acesso a esses mistérios para, pelo menos se chegar perto da chamada  autocompreensão ?  


Finalmente  chega-se à conclusão que além do risco do não retorno, quanto mais se voa pelo espaço,  ou mergulha-se nas profundezas dos oceanos, mais ficamos distantes do  “universo eu”;.

2 comentários:

IvetildeDelgado disse...

Essa é uma difícil busca... aventura inesgotável.

Lázara Honorato disse...

A maior viagem continua sendo a que fazemos para dentro de nós mesmos.

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